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Mais da metade dos brasileiros entrou na quarentena sem nenhuma reserva financeira

Fonte: Valor Investe
 
Mas se engana quem pensa que apenas os não poupadores precisam rever seus hábitos financeiros em meio à crise.
 
A covid-19 pegou o planeta todo de surpresa. Do nada, eis que surge um inimigo invisível, que veio e mudou nossa vida completamente. A economia se retraiu, o desemprego aumentou, a renda de muita gente evaporou ou foi reduzida. Não bastasse a missão de enfrentar um contexto social e sanitário para lá de desafiador, 56% dos brasileiros encararam um desafio extra, pois eles começaram o ano de 2020 sem nenhuma reserva financeira. Isso representa um universo de quase 54 milhões de pessoas que estão enfrentando essa crise sem um colchão financeiro.
 
Segundo a pesquisa Raio-X do Investidor da Anbima, apurada no final de 2019, apenas (apenas!) 44% dos brasileiros, das classes A, B e C tinham algum investimento financeiro para chamar de seu. Apesar de ser o maior índice desde a primeira edição da pesquisa, é ainda um número baixo, dado que a amostra considera uma população economicamente ativa, aposentada ou que vive de renda. Vale ressaltar que a pesquisa retrata um extrato da sociedade brasileira em que o baixo índice de poupança pode ser atribuído muito mais às suas decisões financeiras do que a capacidade de geração de renda.
 
Essa fotografia já vem sendo mostrada, em alguma medida, nos últimos três anos por essa pesquisa. A diferença é que, nos anos anteriores, a economia brasileira vinha, de certa forma, se recuperando positivamente. Já hoje, o contexto econômico global, impactado pela pandemia, agrava ainda mais o que já era preocupante. O fato de os brasileiros investirem pouco faz com que, entre outras coisas, os deixem mais vulneráveis a crises que possam surgir.
 
Muitas famílias viram sua renda seriamente comprometida desde o início da pandemia, seja pelo desemprego, corte salarial ou queda brusca de receita no caso dos empreendedores. Aquelas que tiveram queda de renda, e não tinham dívidas nem investimentos, estão tendo que rever gastos domésticos para continuar no azul. Já as que, além de terem a renda comprometida ainda precisam honrar dívidas, têm de fazer um esforço adicional para não se verem ainda mais enroladas financeiramente.
 
Por sua dimensão, esta crise está afetando a todos de alguma forma, em maior ou menor grau. Estando ou não diretamente impactados do ponto de vista financeiro, todos devem refletir sobre seus gastos e começar um planejamento financeiro que lhes permita atravessar este momento com mais tranquilidade. Se engana quem pensa que apenas os não poupadores precisam rever seus hábitos financeiros em meio à crise. Apesar de estarem mais tranquilos do que os demais, os 44% dos brasileiros que têm um dinheirinho reservado também tem lição de casa. Não devem cair na armadilha de acessar sua reserva como primeiro recurso para manter o padrão de gastos. É preciso, assim como os demais, rever despesas do dia-a-dia, os desperdícios e olhar para gastos necessários com atenção com o objetivo de preservar por mais tempo os recursos poupados.
 
E como dizem por aí que “dinheiro na mão é vendaval”, em meio a tempestade é preciso ter cuidado redobrado. Com a ventos fortes, o que está na mão voa mais rápido e o que está por aí voa para mais longe.
 

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