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Petroleiros protestam contra desmonte de atividades da Petrobras em Santos

Fonte: G1 Santos
 
Protesto silencioso foi realizado na manhã de sábado, no Valongo, respeitando regras de distanciamento social.


 
Cerca de 50 petroleiros se reuniram, na manhã de sábado (30), no Edifício Valongo, em Santos, no litoral de São Paulo, para se manifestar contra o desmonte das atividades da Petrobras na cidade, devido a transferência de 937 funcionários para o Rio de Janeiro, fato que pode acarretar na desativação do suporte administrativo em Santos.
 
Organizado pelo Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro) da Baixada Santista, o ato começou por volta das 10h, no polo localizado na Rua Marquês de Herval, com os funcionários protestando silenciosamente, com cartazes que expressavam as reivindicações. Além disso, os manifestantes respeitaram as normas de distanciamento social, por causa do novo coronavírus.
 
Segundo o sindicato, os petroleiros resolveram se manifestar após a empresa anunciar que, a partir do dia 1º, serão transferidos para o Rio de Janeiro 937 trabalhadores empregados em regime especial e que atuam em sete plataformas de exploração e produção de petróleo, na Unidade de Negócios da Bacia de Santos. Conforme o Sindipetro, isso traz sinais de que as atividades vão se encerrar no Estado de São Paulo.
 
“Infelizmente, a gestão da Petrobras, com essa mudança, vai deixar São Paulo perder o status de ser a sede do pré-sal. Acontece que agora existe uma manobra de encolhimento da empresa, para se concentrar tudo no Rio de Janeiro”, afirma o coordenador do Departamento de Imprensa, Fábio Mello.
 
Segundo ele, a primeira manobra foi a a desativação do aeroporto de Itanhaém, em 2018, seguido em 2019 pela transferência de funcionários que trabalhavam na área de engenharia de poços, e o fechamento do laboratório de geologia do pré-sal, no complexo da Conselheiro Nébias.
 
“Esses 937 trabalhadores ligados a operação serão deslocados, como domicílio laboral, para o Estado do Rio de Janeiro. Toda essa força de trabalho, todo o suporte administrativo é feito aqui no prédio do Valongo. Se reloca todo esse pessoal para o Rio, não tem porquê ter um suporte administrativo aqui. Fatalmente, o próximo passo é a desativação do nosso prédio”, acrescenta.
 
Segundo Fábio, isso acarretará em transtornos para os trabalhadores, que terão de mudar de cidade ou arcar com a viagem para o embarque no aeroporto de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. “Estamos falando de mais de 1200 famílias que vão perder esse posto de trabalho. Sem falar da economia local, o comércio que se desenvolveu aqui em torno do empreendimento, a rede hoteleira e tudo mais. A Baixada Santista vai amargar mais esse impacto”.
 
Em nota, a Petrobras informa que não se trata de transferência de empregados, visto que eles seguirão trabalhando embarcados nas mesmas plataformas da Unidade da Bacia de Santos em que atuam. Segundo a empresa, o que ocorreu foi um procedimento administrativo na lotação destes empregados que trabalham nas plataformas da Unidade da Bacia de Santos.
 
“Esses empregados já embarcam no aeroporto de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, há mais de dois anos. Além disso, cerca de 80% deste grupo não mora na Baixada Santista. Não há, portanto, nenhuma demissão nem impacto para a economia da região”, explica a nota.
 

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