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Antônio Carlos Sepúlveda: Os navios estão saindo mais vazios da Europa e da Ásia

Fonte: Terra Notícias


 
A Santos Brasil, dona de um dos maiores terminais de contêineres do Brasil, estava numa escalada de retomada de crescimento quando o coronavírus atingiu o País. Além de ver o movimento de cargas mudar de direção, a empresa teve rever as práticas do terminal uma vez que 2,5 mil pessoas estão na linha de frente para garantir a operação portuária, afirmou o presidente da companhia, Antônio Carlos Sepúlveda.
 
Segundo ele, a expectativa é que a atividade portuária acompanhe o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB). "Os navios estão saindo da Europa e Ásia mais vazios." A seguir, trechos da entrevista.
 
Como vocês estão operando?
 
Somos um setor essencial. Então não podemos parar. Diante da grave crise que vivemos decidimos adotar uma série de medidas para proteção dos nossos funcionários. Aumentamos as equipes de limpeza e a higienização extrema das áreas. Em alguns departamentos, as pessoas estão fazendo home office. Dos 3 mil funcionários do grupo, 500 estão em casa e 2,5 mil estão no front, nas operações. Além disso, temos termômetros em todas as portarias. Se alguém tem alguma alteração, determinamos que essa pessoa fique em isolamento. Isso tem funcionado em todas as nossas unidades.
 
Como está a operação do terminal?
 
O ano vinha forte, com crescimento de 18% do porto (Porto de Santos) em janeiro e fevereiro. Em março, a movimentação ficou estável e em abril na mesma toada de 2019. A partir de maio, teremos queda de movimentação. Os navios estão saindo da Europa e Ásia mais vazios. Nossa expectativa é que vamos acompanhar uma queda do PIB (Produto Interno Bruto) de 5%, mas tudo vai depender de quanto tempo vai demorar o isolamento.
 
E como ficam os investimentos do terminal já anunciados?
 
Temos uma visão de longo prazo e R$ 400 milhões em caixa que podem garantir os investimentos. Temos duas grandes obras no terminal: o aprofundamento do cais e o reforço de estrutura para a instalação de trilhos para os novos portêineres (guindastes). Neste ano, estão previstos R$ 250 milhões de investimentos. Vamos continuar tocando as obras, mas dentro das condições sanitárias possíveis. Em relação a isso não devemos ter problemas uma vez que não se trata de obras com muita aglomeração. Para 2021, precisamos aguardar o cenário. Tínhamos previsto a troca de equipamentos elétricos para aumentar a automação do terminal.
 
O sr. vê mudanças após a saída do isolamento?
 
Entendo que o home office veio pra ficar. Teremos escritórios com menor densidade de pessoas e novas regras de convivência.
 

 


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