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Medo de perder emprego é destaque nas redes sociais

Fonte: O Globo
 
O medo de perder o emprego disparou entre os brasileiros. Pelo menos é o que indica o conteúdo publicado em redes sociais.
 
Nos 25 primeiros dias de abril, os brasileiros fizeram mais de 1,4 milhão de menções a termos como “desemprego” ou “perder o meu emprego” em páginas de redes sociais, segundo a BrandWatch, uma plataforma digital que faz rastreamento do teor das conversas em redes sociais no país.
 
É um recorde para a BrandWatch, que monitora o assunto desde 2018. O resultado parcial de abril chega perto do total de menções feitas em todo o mês de março (1,5 milhão) e é praticamente o dobro do registrado em fevereiro: 800 mil. Além disso, é um patamar duas vezes acima do normal para o mesmo período do ano passado.
 
Para Alexander SchmitzKohlitz, presidente da Polis, empresa de consultoria gestora da BrandWatch, o medo do desemprego é o maior gerador de discussões nas redes por causa da Covid-19 entre os brasileiros.
 
—O medo de perder o emprego aparece com mais frequência do que o medo de infecções por Covid-19 em alguém na família ou de faltar comida —diz.
 
Os internautas mais preocupados com desemprego estão no Rio e em São Paulo — cada estado foi responsável por 24% das menções ao tema em abril. Minas Gerais (9%) e Rio Grande do Sul (6%) vêm na sequência.
 
FUTURO INCERTO
 
Para especialistas, o temor é justificável em virtude das projeções ruins para o emprego no Brasil nos próximos meses. Para Marcela Rocha, economista-chefe da Claritas Investimentos, o desemprego deve fechar o ano em 14,1%, mas o cenário ainda pode piorar.
 
—Uma profunda recessão econômica em 2020 já não é novidade. Mas há incertezas quanto à extensão da pandemia da Covid-19 e do isolamento social —diz.
 
Rafaela Vitória, economista-chefe do Banco Inter, vê uma crise “sem precedentes” e um desemprego de até 15% no pico da crise.
 
—A falta de trabalho é maior nos setores de serviços e comércio e atinge de maneira mais significativa o trabalhador informal. Algumas classes têm maior proteção, como o serviço público —diz Rafaela, que vê espaço para o início da queda na taxa de desemprego no país a partir do segundo semestre.
 
A economista pondera que há o risco de uma segunda onda de contaminação, o que poderá resultar em novos fechamentos de estabelecimentos comerciais nos próximos meses e, com isso, um prolongamento do desemprego em níveis elevados.
 

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