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Trabalhadores pedem auditoria em escala digital do Ogmo
Fonte: A Tribuna
Sindicatos das categorias portuárias também perguntam quando indenizações previstas na MP serão pagas
Sindicatos das categorias portuárias também perguntam quando indenizações previstas na MP serão pagas
Os trabalhadores do Porto de Santos pediram à Autoridade Portuária de Santos, novo nome da Companhia Docas do Estado de São Paulo, a Codesp, uma auditoria no sistema de escala digital de avulsos no cais santista. Os portuários ainda pedem que o Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo) e os operadores portuários informem quando serão disponibilizados os ressarcimentos previstos na Medida Provisória nº 945, além dos valores a serem recebidos.
Representantes de trabalhadores se reuniram, na noite de segunda-feira, com o diretor-presidente da Autoridade Portuária, Casemiro Tércio Carvalho, na sede da empresa. Segundo os sindicalistas, após ouvir as queixas das categorias, o executivo se comprometeu a contratar uma auditoria para verificar como é feita e quais são os problemas da escala digital.
"Falamos sobre o sistema de escala do Ogmo, que dá problemas em todas as escalas, e que a situação piorou de domingo para cá. Relatamos esses problemas na reunião e falamos que já tentamos contratar uma auditoria, mas isso era muito caro para nós, cerca de R$ 15 mil. Ele nos disse que teria contratado, se tivéssemos falado com ele. Agora, ele disse que vai contratar", disse o vice-presidente do Sintraport, Robson Gama dos Santos.
Na lista de pedidos encaminhados ao presidente da Autoridade Portuária, estão a reabertura de dois postos de escalação para que os trabalhadores consigam se adaptar à escala 100% digital, e a redução do período de descanso obrigatório de 11 para seis horas.
Ontem, os sindicalistas do Porto ainda aprovaram o plano de acionar representantes do Ministério Público do Trabalho. Segundo o presidente do Sindicato dos Empregados na Administração Portuária (Sindaport), Everandy Cirino dos Santos, o objetivo é relatar as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores após a publicação da MP.
"Há uma empresa contratada para gerenciar esse sistema há anos, que presta um serviço ruim, que atrapalha pessoas todos os dias, e continua. E, agora, vai dar prejuízos ao trabalhador", destacou Cirino.
QUANDO E QUANTO?
Os avulsos que foram afastados de suas funções querem saber quando começarão a ser pagas as indenizações. "Normalmente, a pessoa trabalha hoje e recebe 48 horas depois. Agora, com o bloqueio do pessoal, não se sabe qual será o valor e nem quando eles vão receber", afirmou Gama.
ENVOLVIDOS
Procurada, a Autoridade Portuária informou que recebeu as manifestações de desagrado ao sistema de escalação digital de trabalhadores. E pediu que as demandas e propostas de melhorias fossem enviadas pelos sindicalistas.
Já o Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp) informou que o impacto do pagamento de indenizações e o cálculo está sendo levantado pelo Ogmo, que deverá ter o resultado nos próximos dias. O Ogmo não respondeu aos questionamentos sobre pagamentos e afastamentos.
O QUE DIZ A MP
Publicada no último sábado, a MP 945.2020 afasta trabalhadores portuários avulsos (TPA) infectados ou com sintomas de coronavírus de suas atividades no Porto. O mesmo vale para pessoas do grupo de risco para a doença ou para quem tem parentes infectados com a covid-19.
O texto prevê uma indenização paga pelos operadores portuários e determina a escala eletrônica dos avulsos. O TPA que for obrigado a parar terá direito ao recebimento de indenização compensatória mensal.