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‘Invisibilidade do trabalhador informal está se rompendo’, diz médica do Trabalho

Fonte: Rede Brasil Atual
 
“Estamos vendo as pessoas que fazem a limpeza, a segurança e os entregadores se mostrando cada vez mais fundamentais. Porém, esses trabalhadores correm riscos”, alerta Maria Maeno
 
Diante do cenário de isolamento social e quarentena, trabalhadores informais que não puderam se afastar dos postos de trabalho, ganham destaque na sociedade. A avaliação é da médica do Trabalho Maria Maeno, diretora da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro).
 
“A invisibilidade de trabalhadores informais está se rompendo. Estamos vendo as pessoas que fazem a limpeza, a segurança e os entregadores se mostrando cada vez mais fundamentais. Porém, esses trabalhadores correm riscos, não só pelo contato com outras pessoas, mas por conta do transporte público. Por isso, a diminuição do número de pessoas se utilizando do transporte público, por exemplo, é fundamental”, diz a médica.
 
Em entrevista à Rádio Brasil Atual na manhã da última sexta-feira (27), a pesquisadora disse também que seria importantes que as empresas que continuam em atividade organizem horários diferenciados para seus funcionários, como forma de aliviar a pressão sobre metrôs, trens e ônibus e vans, além de sugerir que sejam organizados transportes diferenciados para o uso exclusivo de trabalhadores em setores essenciais.
 
Atestado e renda mínima
 
Maria Maeno apoiou as medidas aprovadas na última quinta-feira (26) pela Câmara para garantir segurança aos trabalhadores durante a crise de saúde trazida pelo coronavírus. Por acordo de líderes, os parlamentares aprovaram projeto de lei que garante renda emergencial para trabalhadores autônomos, informais e sem renda fixa durante a crise provocada pela pandemia de coronavírus. O projeto prevê recursos de R$ 600 para brasileiros em situação de vulnerabilidade social, mas, na prática, pode chegar a R$ 1.200 por família.
 
Ainda no mesmo dia, os parlamentares também aprovaram o Projeto de Lei (PL) 702/20, que dispensa apresentação de atestado médico para justificar falta de até sete dias do trabalhador infectado por coronavírus. Em caso de quarentena imposta, o trabalhador poderá apresentar, a partir do oitavo dia, documento eletrônico regulamentado pelo Ministério de Saúde ou documento de unidade de saúde do SUS.
 
Para a médica, as medidas são importantes, já que os trabalhadores estão deixando de ir ao hospital para não sobrecarregar o sistema de saúde. “Há uma orientação das autoridades sanitárias para que as pessoas com sintomas leves não procurem os serviços de saúde. O atestado médico precisa ser dispensado mesmo, porque não tem como pegá-lo.”
 

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