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Coronavírus muda rotina no Porto de Suape, mas não registra ocorrência

Fonte: Diário de Pernambuco
 
Apesar de não receber navios de turismo, a rotina no Porto de Suape, no Litoral Sul do estado, mudou desde as primeiras notícias do coronavírus no mundo. É que o porto é um receptor de tripulações oriundas de diversas partes do mundo. Segundo o presidente de Suape, Leonardo Cerquinho, existe todo um protocolo de atendimento às novas emergências, de forma semelhante como acontece em todos os portos do mundo, que entram em situação de alerta, tornando-se mais rígidos, especialmente na identificação da tripulação, por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), quando há pessoas com os sintomas da doença. 
 
“Se a Anvisa indica pra gente que não existem pessoas a bordo com sintomas, o procedimento é o mesmo. Uma vez que aconteça, mas não aconteceu ainda, nós temos todo um procedimento para tratar, inclusive com área segregada para receber (os casos suspeitos). Esse procedimento estamos cumprindo com a Anvisa e o Ministério da Saúde. Por ora, não existem grandes problemáticas acontecendo. Estamos preparados para o pior, mas não está acontecendo nada que atrapalhe o dia-a-dia do Porto”, disse o presidente de Suape, Leonardo Cerquinho. 
 
Além disso, segundo ele, é difícil que algum caso suspeito ou mesmo confirmado chegue pelo Porto de Suape, pelo menos vindo da Ásia. Da China para o Porto de Suape são 45 dias, com transbordo em Santos, litoral de São Paulo. “Os problemas que têm acontecido são de pessoas infectadas em cruzeiros, porque o turista pega o avião e depois de dois dias chega aqui. Mas a tripulação vinda da Ásia passa mais de 40 dias para chegar aqui, é muito tempo no mar”, colocou Cerquinho. 
 
Sobre o procedimento de desembarque de tripulações, o presidente de Suape disse que tem sido normal. “Essas pessoas, seguramente, dentro do navio passaram pelo procedimento da Anvisa de identificar sintomas. Essa questão das tripulações descerem é a rotina de todos os portos, sempre acontece e vai acontecer”, continuou. 
 
Impacto
 
Do ponto de vista de carga, o presidente de Suape disse que o coronavírus tende a ter impacto sobre a operação de contêineres. “Não estamos sentindo isso agora aqui. Devemos sentir em duas ou três semanas, que é quando faz 45 dias do início da parada (das atividades) dos portos da China”, apontou Cerquinho. 
 
Para ele, o impacto na movimentação de contêineres deve perdurar por três semanas, período em que os portos chineses ficaram relativamente parados. “Nós conversamos com alguns armadores e perguntei qual a expectativa deles de queda ou redução de carga, para nos prepararmos. Eles disseram que não saberiam estipular, mas que eles estavam com uma contramedida, bastante inteligente do meu ponto de vista. Porque essas cargas fazem transbordo em Santos. Esse espaço que será aberto no navio será preenchido com cargas de cabotagem. Então talvez eles consigam trabalhar isso de uma maneira tão competente que o impacto seja mínimo”, explicou Leonardo Cerquinho. 
 
Economia do Nordeste
 
Na última quinta-feira (12), o Consórcio Nordeste realizou uma reunião com os nove secretários de saúde estaduais para desenvolver medidas que não desenvolvam o pânico e discutir a situação da região diante do novo coronavírus. “Se o pânico for gerado e houver superlotação dos postos de saúde e dos hospitais, vamos ter prejuízo. Aí vai morrer gente porque não vai ter atendimento para quem realmente precisa. O coronavírus vai se alastrar e isso vai gerar algum tipo de retração, de impacto na economia. Mas precisamos lidar com essa questão e potencializar ainda mais o investimento onde se tem retorno neste momento”, frisou o secretário executivo do Consórcio Nordeste, Carlos Gabas. 
 
Gabas acredita também o Nordeste, de maneira geral, pode sofrer um impacto maior do que o resto do país, como consequência do coronavírus. “Acho que a disseminação no Brasil vá acontecer mas não necessariamente terá o mesmo impacto que em outros países. O SUS tem uma capacidade de atendimento que pode, se tudo se mantiver sob controle e não houver pânico, fazer com que consigamos lidar com essa pandemia sem nenhum resultado drástico para a sociedade. Agora é claro, nas economias onde a renda é menor e as dificuldades são maiores, os impactos também podem ser. Nosso objetivo é encontrar formas de minimizar esses impactos, e todos os secretários de saúde se manifestaram a respeito disso”, detalhou Gabas. 
 

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