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Desempregados estão há 15 meses atrás de trabalho, aponta SPC Brasil

Fonte: R7
 
Nove em cada 10 profissionais que estão em busca de emprego pertencem às classes C, D e E, 55% deles são solteiros e 52% têm filhos. Confira a pesquisa
 
O brasileiro que ficou sem trabalho nos últimos anos está, em média, há 15 meses procurando emprego. E, para retornar ao mercado de trabalho, 51% dos desempregados topariam receber menos que o salário do último emprego.
 
Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (12) pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
 
Dos 604 entrevistados na pesquisa:
 
• 19% afirmam que precisam voltar ao mercado de trabalho por isso aceitariam ganhar menos;
 
• 18% acreditam que o que importa neste momento é arranjar um emprego para pagar as despesas; e
 
• 13% afirmam ser mais fácil procurar oportunidades melhores quando se está empregado.
 
Nove em cada 10 desempregados pertencem às classes C, D e E
 
A pesquisa mostra que o desemprego vem afetando, em grande medida, as camadas mais vulneráveis da população:
 
• Nove em cada dez brasileiros sem ocupação pertencem às classes C, D e E (95%), enquanto apenas 5% estão nas Classe A e B;
 
• seis em cada dez desempregados são mulheres (61%);
 
• 39% são homens;
 
• A média de idade é de 33 anos, sendo que a maior parte corresponde aos jovens de 18 a 24 anos (34%);
 
• 24% estão na faixa etária de 25 a 34 anos;
 
• 59% têm entre o ensino médio completo e ensino superior incompleto;
 
• 31% têm o 2º grau incompleto;
 
• 10% o ensino superior completo;
 
• Apenas 8% falam outro idioma;
 
• 55% são solteiros;
 
• 26% são casados; e
 
• 52% possui filhos.
 
Profissionais buscam serviço temporário para se sustentar
 
A demora para se recolocar no mercado de trabalho tem feito com que essas pessoas busquem outras formas de sustento, como o trabalho informal.
 
De acordo com a pesquisa, praticamente quatro em cada dez desempregados têm recorrido ao trabalho temporário para se sustentar (39%).
 
As atividades preferidas são:
 
• Serviços gerais (19%);
 
• Revenda de produtos (14%); e
 
• Venda de comidas (13%).
 
Além dos trabalhos informais, 30% admitem que ao menos parte de suas despesas estão sendo pagas por pais, filhos, amigos ou outros familiares.
 
Também há aqueles que utilizado o seguro-desemprego (8%) e do acerto recebido da empresa em que trabalhavam (7%).
 
“O desemprego muitas vezes obriga as pessoas a buscarem alternativas para constituir renda. O aumento da informalidade também está relacionado à chamada ‘gig economy’, ou ‘economia dos bicos’ – aquela que diz respeito aos motoristas e entregadores de aplicativos, por exemplo”, alerta o presidente da CNDL, José César da Costa.
 
Costa afirma que as plataformas digitais facilitam a contratação de pessoas e oferecem oportunidade de geração de renda para milhões de desempregados. Por outro lado, esses trabalhadores não têm direitos assegurados e ou vínculo empregatício
 
52% dos desempregados não têm participado nem de entrevistas
 
O emprego com carteira assinada é o preferido por aqueles que procuram trabalho (51%), seguido daqueles que aceitariam qualquer oportunidade, independente do formato (28%) e dos que buscam trabalho como autônomos, por conta própria (8%).
 
A procura pelo novo posto de trabalho exige esforço considerável, pois os entrevistados dedicam, em média, três horas por dia à tarefa. Nesse caso, vale acrescentar que 60% não sabem precisar o tempo diário empregado na busca.
 
A pesquisa também revela que:
 
• 48% dos entrevistados foram chamados para entrevistas de emprego;
 
• 43% desse total foram chamados para poucas entrevistas (43%); e
 
• 5% para um volume grande de entrevistas.
 
• Por outro lado, outros 52% não têm sido chamados para entrevistas.
 
Considerando apenas aqueles que têm sido chamados para entrevistas, 43% já recusaram alguma proposta de emprego, principalmente por ser muito longe de casa (12%) e oferecer remuneração ou benefícios ruins (9%).
 
78% não investem em capacitação profissional
 
A pesquisa indica que a maioria dos desempregados brasileiros não investe, atualmente, no aprimoramento pessoal como meio de ampliar as chances de contratação: 78% não estão fazendo nenhum tipo de curso de capacitação profissional para conseguir oportunidades de trabalho melhores.
 
Em contrapartida, 18% estão fazendo, sendo 12% cursos gratuitos e 6% cursos pagos.
 
15% dos desempregados têm reserva financeira
 
A maioria (91%) dos desempregados que morava com outras pessoas contribuía financeiramente para as despesas da casa enquanto trabalhava, o que é um indicativo do impacto que o desemprego exerce sobre as famílias.
 
Nesse caso, 29% não eram os principais responsáveis e agora não contribuem mais, enquanto 24% não eram os principais responsáveis e continuam contribuindo de alguma forma e 16% eram e ainda são os principais responsáveis no aspecto financeiro.
 
Somente 15% dos desempregados possuem reserva financeira para se manter até conseguirem um emprego, ao passo em que 76% não possuem.
 
Dentre os que ainda têm alguma quantia guardada:
 
• 59% possuem dinheiro na poupança ou outro investimento;
 
• 33% mencionam o FGTS; e
 
• 21% outras fontes.
 
Com o dinheiro, 18% conseguiriam pagar todas as despesas e contas essenciais pelos próximos três meses, outros 18% pelos próximos seis meses, 11% apenas até o próximo mês e outros 11% durante um ano.
 
75% esperam conseguir emprego em até seis meses
 
Embora estejam há um tempo considerável sem emprego, 75% das pessoas ouvidas esperam conseguir uma recolocação em até seis meses.
 
Além disso, 72% acreditam que estão preparados para conseguir um novo emprego, especialmente por ter uma boa experiência profissional (43%).
 
Tendo em vista o contexto do desemprego em 2020, 33% acreditam que o percentual da população desocupada diminuirá, enquanto 33% acreditam que permanecerá estável e 19% julgam que vai aumentar.
 

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