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Petroleiros mantém greve em refinarias da Petrobras na Baixada Santista, SP

Fonte: G1 Santos
 
Sindicalistas afirmam que a estatal desrespeitou acordos coletivos. A Petrobras aponta que não houve impacto na produção.
 
Petroleiros da Baixada Santista, no litoral de São Paulo, continuam em greve nas unidades da Petrobras localizadas em Santos e Cubatão. Ao G1, nesta quarta-feira (12), o Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista (Sindipetro) explicou a Petrobras desrespeitou acordos coletivos e que não houve avanço nas tentativas de negociação com a estatal.
 
Mobilizados desde a última sexta-feira (7), os sindicalistas paralisam parcialmente as atividades nas refinarias da Petrobras na Alemoa, em Santos, e na Refinaria Presidente Bernardes em Cubatão (RPBC). Os protestos já atingem 101 unidades da empresa em 12 estados do país, segundo a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).
 
Uma decisão do ministro Ives Gandra Filho, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), determinou que 90% dos petroleiros da Petrobras continuem trabalhando. A medida atende parcialmente a um pedido da estatal, que solicitou a suspensão da greve. O Sindipetro aponta que não concorda, mas acata a decisão do TST.
 
"Apesar dessa decisão que, inclusive, fere as leis de greves, nosso movimento está numa crescente. Estamos respeitando o contingente exigido, mas isso não deixa de ser um absurdo. Nós também protestamos contra esse tipo de decisão", afirma Fábio Mello, diretor do Sindipetro.
 
Reivindicações
 
As manifestações começaram no dia 1º de fevereiro. Mello explica que o grupo reivindica uma nova negociação com a Petrobras após a quebra de acordos coletivos firmados com a categoria. Mello diz que a estatal negociou horários de jornada e outras condições de trabalho sem notificar os sindicatos.
 
"Os petroleiros estão nesse momento na sede da Federação Única dos Petroleiros (FUP) tentando uma negociação com a Petrobras, mas sem resposta nenhuma. Toda a categoria está mobilizada na região e no país, seguindo com a greve", afirma.
 
Ainda segundo Fábio, os sindicalistas querem a suspensão das demissões de trabalhadores na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen), previstas para ocorrer na próxima sexta-feira (14). Além de afetar mais de mil funcionários, o diretor afirma que a medida não foi apresentada ao sindicato.
 
Petrobras
 
Em nota, a Petrobras falou que, na última quinta-feira, o Tribunal Superior do Trabalho determinou sanções às entidades sindicais que vêm descumprindo decisão da Justiça de manter contingente mínimo de 90% dos trabalhadores, com multa diária de até R$ 500 mil por sindicato.
 
O TST apontou que a greve tem “conotação política e não econômica direta, o que não é admitido por esta Corte”. Segundo a decisão, o descumprimento do percentual mínimo de efetivo pode colocar em risco a segurança das operações e prejudicar os próprios empregados e toda a sociedade.
 
Dessa forma, a Justiça determinou bloqueio cautelar das contas bancárias e suspensão do repasse mensal às entidades sindicais. Também estendeu os efeitos da liminar ao Sindipetro São José dos Campos e autorizou a Petrobras a contratar emergencialmente pessoas ou serviços.
 
A Petrobras já informou por ofício a todas as entidades sindicais o número exato de empregados em cada unidade e por turno para atender o contingente mínimo. A companhia aguarda cumprimento imediato da ordem judicial.
 
A Petrobras informou ainda que, conforme autorização da Justiça, está providenciando a contratação imediata de pessoas e serviços, de forma emergencial, para garantir a continuidade operacional em suas unidades durante a greve.
 
As unidades estão operando em condições adequadas de segurança e não há impacto na produção. As entregas de produtos ao mercado também seguem normais. Nas unidades offshore, os grevistas desembarcaram e a operação é feita por empregados próprios treinados que integram as equipes de contingência.
 

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