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Indicadores sinalizam melhora do emprego

Fonte: Valor Econômico
 
Dois indicadores de mercado de trabalho anunciados ontem pela Fundação Getulio Vargas (FGV) sinalizaram ritmo maior de abertura de vagas no fim de 2019. O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) subiu 1,5 ponto entre novembro e dezembro, para 89,9 pontos, maior patamar desde abril de 2019 (92,9 pontos). Já o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) caiu 0,8 ponto, para 95,3 pontos. Na análise de Rodolpho Tobler, economista da fundação, o cenário delineado nos resultados indica manutenção da trajetória de recuperação do emprego em 2020. Caso as atuais condições macroeconômicas se mantenham, como juros baixos, inflação controlada e boa oferta de crédito, isso pode manter demanda aquecida, com impacto positivo na economia - e, por consequência, na abertura de vagas, notou ele. O especialista não descartou possibilidade de o IAEmp voltar aos 100 pontos (limite favorável) ainda neste ano.
 
Em dezembro do ano passado, quatro de sete tópicos do IAEmp contribuíram positivamente para o resultado, com destaque para a Situação Atual dos Negócios no setor de serviços, que subiu 5 pontos na margem. “O cenário [do emprego] que se encerra em 2019 é positivo. O ano passado foi de muita frustração, no início do ano, com a economia. Mas podemos ver que no quarto trimestre [de 2019] houve melhora [na atividade]”, disse. Na prática, as pesquisas mostram cenário favorável para o emprego neste ano, observou ele. “Há propensão maior de abertura de vagas em 2020”, afirmou, acrescentando porém, que o processo de recuperação do mercado de trabalho será “lento e gradual”. “Não acho que ocorrerá aceleração [em abertura de vagas], mas garantia de continuidade [de retomada do emprego]”, resumiu ele.
 
O técnico observou que há, hoje, uma segurança maior em relação à permanência de atividade em recuperação. Uma das coisas que ajudaram a compor esse sentimento é o fato de que houve ritmo maior de abertura de vagas no fim do ano passado - além de contratações temporárias características do período, para atender demanda maior em comércio e em serviços. Tobler observou ainda que, ao longo de 2020, é possível que a taxa de desemprego suba. Isso porque deve ocorrer fenômeno que acontece sempre que mercado de trabalho melhora: a passagem dos desalentados (sem emprego e sem buscar emprego) para o grupo dos desempregados, e que buscam emprego. “Isso acaba elevando a taxa de desemprego, mas não é preocupante. É fenômeno esperado e não significa interrupção da recuperação [do mercado de trabalho]”, afirmou.
 
Entretanto, observou que a retomada do emprego ainda tem longo caminho a seguir. O volume de pessoas sem trabalho ainda é muito grande. Em dezembro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a taxa de desemprego caiu de 11,8% para 11,2% entre o trimestre finalizado em agosto de 2019 e o trimestre encerrado em novembro do ano passado. Mesmo com o recuo, a população desempregada até novembro do ano passado ainda atinge número expressivo, de 11,9 milhões. “Vai demorar a cair a taxa de desemprego”, afirmou o analista. 
 

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