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Desafios à capacitação

Fonte: Boqnews
 
A negligência com as políticas de educação pública, fruto do desinteresse irresponsável de governos seguidos, condenou o trabalhador brasileiro à desqualificação
 
As boas perspectivas projetadas para a economia brasileira nos próximos anos, a partir da confirmação de investimentos em diversos setores da cadeia produtiva, vão impor um grande desafio ao País: superar o significativo déficit de mão de obra qualificada, considerado como um dos principais entraves para o País dar sequência ao ritmo de desenvolvimento almejado. Empresas instaladas no Brasil já têm alertado às dificuldades em contratar pessoal especializado para suprir demandas específicas, especialmente às atividades ligadas às novas tecnologias, um fator que poderá impactar profundamente os negócios nas próximas décadas.
 
Os desafios a serem superados para evitar os prejuízos causados pelo que já vem sendo chamado de “apagão da mão de obra” são imensos, especialmente quando se sabe da necessidade de realização de grandes obras públicas e privadas e pelo movimento provocado em razão da abertura de novos negócios.
 
Estudos recentes realizados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), com as principais instituições envolvidas em gestão de recursos humanos e preparação de quadros de pessoal, estimam que o Brasil precisa formar, nos próximos anos, mais de 15 milhões de profissionais qualificados para atender a contento a oferta de empregos que deverá surgir com a retomada dos investimentos, especialmente os dirigidos aos projetos de infraestrutura.
A negligência com as políticas de educação pública, fruto do desinteresse irresponsável de governos seguidos, condenou o trabalhador brasileiro à desqualificação.
 
Setores como metalurgia, construção civil e saúde já encontram dificuldades de contratar profissionais em quantidade suficiente para atender suas necessidades, uma tendência que agora começa a afetar outros segmentos importantes, como os ligados às áreas de turismo e indústrias de transformação.
 
A tarefa de preparar a mão de obra necessária para alavancar o desenvolvimento brasileiro passa obrigatoriamente por uma política de educação consistente, com a valorização do ensino básico e profissionalizante, este último muitas vezes considerado uma atividade menor. Para tanto, há necessidade de priorizar o setor educacional, com a valorização salarial – para torná-lo atrativo – e a realização de investimentos contínuos em novas tecnologias para facilitação do aprendizado e capacitação dos professores.
 
Sem isso, dificilmente será possível formar novas gerações de profissionais capazes de ocupar, com eficiência e competência, as vagas a serem oferecidas, reduzindo assim as chances de materializar os avanços econômicos e sociais almejados.
 

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