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Aposentadoria e pensão podem cair mais de 40% com a reforma

Fonte: Agora

Redutor será maior para quem contribuiu por até 20 anos e teve variação salarial desde 1994
 
As novas regras da Previdência poderão reduzir quase pela metade alguns benefícios cujo direito for adquirido a partir da reforma, que passou a valer na última quarta-feira (15).
 
Para as aposentadorias por incapacidade permanente ou por exercício de atividade com grau médio de risco à saúde, a renda mensal cai de 100% para 60% da média salarial, caso sejam concedidas a beneficiários com até 20 anos de contribuição ao INSS.
 
O redutor de 40% também será aplicado às pensões por morte pagas a viúvas ou viúvos sem filhos menores de 21 anos.
 
A aposentadoria por idade de segurados que a requisitarem tendo cumprido a carência de 15 anos de contribuição cai de 85% para 60% da média salarial.
 
O achatamento dos valores pagos a novos aposentados é resultado da introdução da regra geral de cálculo da reforma: as aposentadorias passam a ter um valor de partida de 60% da média salarial e recebem o acréscimo de 2% para cada ano a mais de contribuição —esse critério varia conforme o tipo de benefício ou o perfil do segurado.
 
No caso da pensão por morte, a base é de 50% do benefício ao qual o segurado que morreu recebia ou teria direito. O valor aumenta em 10% por dependente até o limite de 100%.
 
Pensão
 
A nova regra da pensão fará com que, por exemplo, viúvos sem filhos recebam 60% da aposentadoria à qual o cônjuge teria direito.
 
A diminuição real da renda, porém, poderá ser ainda maior se o beneficiário teve variações salariais desde o mês de julho de 1994.
 
Isso ocorrerá porque a própria média salarial ficará menor com o fim do descarte de 20% das contribuições de menor valor.
 
Benefício com a regra 86/96 deixa de valer
 
A aposentadoria integral por tempo de contribuição com a regra 86/96 também deixou de valer a partir da reforma da Previdência.
 
Com isso, benefícios de trabalhadores que se aposentarem com períodos de contribuição de 30 anos (mulheres) e 35 anos (homens) passam a receber 90% das suas médias salarias e não mais 100%, mesmo que a soma das suas idades e dos tempos de pagamentos atinja a pontuação exigida na regra antiga.
 
Os benefícios que terão os maiores redutores | Confira as diferenças
 
O que atingirá todos os benefícios:
 
Novo cálculo da média salarial
 
• Será feita com todos os salários do trabalhador desde julho de 1994
 
• A nova fórmula afetará todos os tipos de aposentadoria, auxílio-doença, auxílio-acidente e pensões por morte de segurado que morreu antes de se aposentar
 
1) Aposentadorias por idade
 
A idade mínima das mulheres aumentará seis meses por ano até chegar aos 62 anos em 2023
 
Cálculo
 
• Benefício terá duas desvantagens: nova média salarial e redutor maior
 
• O cálculo será o mesmo da regra geral: 60% da nova média salarial mais 2% a cada ano a partir do 16º ano (mulheres) e do 21º ano (homens)
 
• Benefício por idade cairá de 85% para 60% da média salarial para quem tem 15 anos de contribuição
 
Veja a diferença
 
Homens terão 100% da média salarial com 40 anos de INSS e mulheres, com 35 anos



2) Aposentadoria especial
 
• A aposentadoria especial vai deixar de ser integral e passará a ter um redutor
 
• O cálculo será de 60% da média salarial mais 2% a cada ano além do mínimo exigido
 
Terá idade mínima


 
Terá regra de transição
 
Trabalhadores poderão se aposentar antes da idade mínima quando a soma da idade com o tempo de contribuição for de:


 
Conversão
 
Só será possível converter tempo especial em comum para trabalho exercido até um dia antes da reforma
 
3) Aposentadoria por invalidez
 
O benefício é pago pelo INSS aos segurados incapacitados para o trabalho
 
• O benefício passará a se chamar aposentadoria por incapacidade permanente
 
• A média salarial será calculada sobre todas as contribuições, sem o descarte das 20% menores
 
• O INSS passará a considerar um percentual de 60% sobre essa média para quem tem até 20 anos de contribuição. A cada ano extra serão acrescentados 2%
 
• Quando o motivo da incapacidade estiver diretamente ligado à profissão, o segurado terá direito de receber o benefício integral
 
4) Pensão
 
• Redutor por número de dependentes
 
A pensão será de 50% da aposentadoria mais 10% por dependente, até o limite de 100%
 
• Exemplo para renda mensal de R$ 2.000:


 
Cotas dos filhos
 
O pagamento da cota do dependente não será destinado à viúva ou ao viúvo quando ele completar 21 anos
 
Redutor da pensão do segurado que morre antes de se aposentar
 
• A média salarial vai considerar todos os salários, incluindo os menores
 
• O cálculo dessas pensões vai seguir a regra da nova aposentadoria por incapacidade, que vai deixar de ser integral e passará a ser de 60% mais 2% a cada ano que superar 20 anos de contribuição
 
Acúmulo de benefícios
 
• O maior benefício será a renda principal
 
• O segundo benefício terá desconto. Ele será dividido em fatias de um salário mínimo (R$ 998). A cada fatia o governo aplica um percentual
 
Outras mudanças da reforma
 
Novo cálculo da média salarial
 
• Os benefícios concedidos com as regras da reforma da Previdência passarão a ter o novo cálculo da média salarial
 
• A nova média salarial, que é a base dos benefícios, vai passar a considerar todas as contribuições pagas em reais, sem descartar as 20% menores
 
• Isso também reduzirá o valor das aposentadorias
 
Fim da fórmula 86/96
 
• O início da reforma, que passou a vigorar no dia 13 de novembro, também marca o fim da fórmula 86/96
 
• O trabalhador que conseguir comprovar que tinha atingido essa pontuação  até 12 de novembro de 2019 mantem o direito de ganhar a aposentadoria integral
 
A fórmula considera a soma da idade com o tempo de contribuição:
 
• 86 pontos para mulheres
 
• 96 pontos para homens
 
• Após a reforma, a fórmula 86/96 passa a ser uma das regras de transição para ter acesso à aposentadoria
 
• A pontuação exigida aumentará a partir de 2020, até chegar a 100 pontos (mulheres) e 105 (homens)
 
Fontes: PEC 6, reportagem e advogados previdenciários

 


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