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Expectativa de investimento sobe; de emprego, não

Fonte: Valor Econômico
 
Aumentou o percentual de empresas que esperam melhora em indicadores como inadimplência, acesso a crédito e investimentos, na comparação com o ano passado, mas o aumento da força de trabalho ainda não está nos planos da maioria, segundo pesquisa trimestral da Boa Vista SCPC. “As empresas estão mais motivadas a investir em tecnologia, novos produtos e serviços que em força de trabalho”, afirma Vitor França, economista do birô de crédito. “Ainda é momento de investir em produtividade, tentar fazer mais com o que se tem.” 
 
A pesquisa foi feita no terceiro trimestre com mil empresas de todos os setores e portes. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. De acordo com o levantamento, 32% das empresas esperam queda na inadimplência ainda este ano, na comparação com 25% no terceiro trimestre do ano passado. A fatia das que preveem aumento na inadimplência caiu de 30% para 20%. O percentual das que veem queda no endividamento continuou o mesmo: 38%.
 
Houve aumento importante entre as que esperam aumento de faturamento, de 45% no terceiro trimestre de 2018 para 57% no mesmo período deste ano. E aumentou de 38% para 51% as que planejam elevar os investimentos. Apesar da melhora dos indicadores ante o mesmo período de 2018, há deterioração das expectativas na comparação com o primeiro trimestre deste ano. No confronto com o segundo trimestre, a maioria dos índices ficou estável. França pondera que há um movimento sazonal. “É natural que no começo do ano as empresas estejam mais otimistas. Houve certa euforia no início de 2019 e a pesquisa reflete isso”, diz. Quanto à estabilidade na comparação com o segundo trimestre, ele acredita que não deixa de ser positiva. “Não é motivo de euforia, mas a melhora ante o ano passado se sustentou.”
 
França diz que as condições financeiras melhoram gradualmente desde o ano passado. “A crise pegou as empresas muito alavancadas, muito endividadas, o aumento dos juros elevou o custo das dívidas. Depois, vimos uma desalavancagem pesada, queda do crédito. Hoje, a inadimplência está próxima dos melhores patamares da série histórica e há espaço para tomada de crédito”, diz. A amostra procurou respeitar a participação de portes e setores na economia e, nesse sentido, a pesquisa aponta uma melhora nas expectativas das micro e pequenas empresas de comércio e serviços, a maioria. O horizonte de expectativas é de três a seis meses. Ele considera positivo o aumento na intenção de investir e também de tomar crédito: 39% dos empresários informam que demandarão mais crédito em 2019, contra 32% em 2018. “A perspectiva de faturamento é mais sensível à conjuntura. Mas a disposição de investir, de tomar crédito, implica um olhar mais para longe.”
 

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