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Falta de consenso entre entidades representativas pode decretar fim do Portus
Fonte: AssCom Sindaport / Denise Campos De Giulio
"Se todas as entidades representativas envolvidas nessa questão não entrarem em consenso visando o plano de contingenciamento do Portus, a liquidação é quase uma certeza matemática e aí morreremos todos abraçados". Proferida na tarde desta quarta-feira (4) pelo presidente do Sindicato dos Empregados na Administração Portuária (Sindaport), Everandy Cirino dos Santos, a frase sintetiza o atual momento vivido por aproximadamente 10 mil participantes do Instituto de Seguridade Social Portus, fundo de pensão dos trabalhadores ligados às companhias docas estatais.
"Se todas as entidades representativas envolvidas nessa questão não entrarem em consenso visando o plano de contingenciamento do Portus, a liquidação é quase uma certeza matemática e aí morreremos todos abraçados". Proferida na tarde desta quarta-feira (4) pelo presidente do Sindicato dos Empregados na Administração Portuária (Sindaport), Everandy Cirino dos Santos, a frase sintetiza o atual momento vivido por aproximadamente 10 mil participantes do Instituto de Seguridade Social Portus, fundo de pensão dos trabalhadores ligados às companhias docas estatais.
A manifestação do sindicalista resume o aumento da preocupação que tomou conta da direção do Sindaport depois que o presidente da Federação Nacional dos Portuários (FNP), Eduardo Guterra, emitiu circular aos diversos sindicatos da categoria de todo o Brasil nesta terça-feira (3).
Na avaliação de Everandy Cirino, o teor da Circular FNP 024/2019 deixa patente que a liquidação do Portus será apenas uma questão de tempo. "Caso as entidades que representam os trabalhadores da ativa e demais participantes não cheguem a um consenso nacional objetivando o saldamento ainda que parcial da dívida e a consequente manutenção da instituição previdenciária, o Governo Federal já deixou claro que decretará o encerramento em no máximo três meses."
Ao lado da deputada federal Rosana Valle (PSB-SP), Guterra participou de duas reuniões na semana passada, em Brasília, com autoridades e técnicos da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), autarquia do Ministério da Fazenda, e da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest), do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.
Apesar de ganhar uma sobrevida pelo prazo de 90 dias, período em que o caixa do Portus ainda terá fôlego para arcar com a folha de benefícios, o resultado dos dois encontros solicitados pela parlamentar santista apenas aumentou o dilema dos trabalhadores em razão da discordância entre os sindicatos e entidades envolvidas. "A deputada abraçou a nossa causa e a ajuda que está nos dando tem sido de extrema importância, porém, de nada adiantará se nós mesmos não fizermos a nossa lição de casa", afirmou Everandy Cirino.
Apesar das dificuldades, o dirigente sindical acredita que as divergências verificadas em algumas representações laborais dos portuários poderão ser equacionadas nesse período. "Muitos companheiros de outros portos ainda acham que o interventor está blefando ou instaurando o terror no seio da categoria, o que não é verdade, e por isso estamos correndo contra o tempo, até porque temos totais condições de reverter esse cenário que se mostra cada vez mais desfavorável", explicou o mandatário do Sindaport, que encaminhou ofício para Eduardo Guterra manifestando a posição da entidade laboral majoritária na representatividade dos empregados da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp).
Segundo Everandy Cirino, a situação do Portus é crítica. "Temos a plena consciência que tudo fizemos para a contínua sobrevivência do nosso fundo de pensão e pelo qual devemos retomar com a máxima urgência possível uma mobilização nacional contra a liquidação, mesmo que alguns companheiros menos otimistas não acreditem que continuamos atuando fortemente para reverter esse quadro", pontuou o líder sindical, que ao final do expediente enviado para a FNP elencou alguns questionamento que ainda precisam ser esclarecidos pelo Governo Federal.
Com a mesma motivação, o presidente da Associação dos Participantes do Portus (APP), Odair Augusto de Oliveira, encaminhou ofício ao presidente da República, Jair Bolsonaro.