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Baixada Santista registra emprego no vermelho

Fonte: A Tribuna On-line
 
Na contramão do crescimento nacional, a região teve fechamento de 709 postos com carteira assinada em julho; no ano, menos 2.459
 
Na contramão do mercado de trabalho brasileiro, a Baixada Santista inicia o segundo semestre com queda no ritmo de contratações com carteira assinada. Em julho, a região perdeu 709 postos formais, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado na última sexta-feira (23) pelo Ministério da Economia. 
 
Esse é o pior resultado para o período desde 2016, quando se fecharam 1.871 vagas formais na região. O atual saldo no vermelho decorre de 7.978 admissões e 8.687 de demissões.
 
Economistas ouvidos por A Tribuna creditam o fraco desempenho regional à estagnação da economia no País e a reflexos do encerramento de atividades de dois operadores portuários. 
 
Santos foi a cidade com o melhor resultado no mês passado, com a geração de 88 postos – diferença entre 4.007 contratações frente 3.919 desligamentos. Construção civil e indústria puxaram os indicadores. Peruíbe (15 vagas) e Itanhaém (seis) fecham a lista dos municípios no azul em termos de carteira assinada. 
 
Cubatão teve o pior desempenho na região, com o fechamento de 438 postos, o resultado de 553 contratações e 991 desligamentos. Construção civil e serviços foram os setores que mais demitiram no mês passado. Guarujá (-207), São Vicente (-148), Bertioga (-15), Praia Grande e Mongaguá (menos cinco cada) contribuíram para frear a recuperação no mercado. 
 
Avaliação
 
Em junho, a Baixada Santista havia 219 vagas com carteira assinada. Cubatão havia puxado a recuperação, com destaque para construção civil e indústria. Foi seguido por Santos, com 197 novos profissionais, a maioria deles no comércio. 
 
Para o economista e professor universitário Jorge Manuel de Souza Ferreira, o resultado reflete o volume de demissões com o encerramento de atividades de operadores portuários, com a desligamento de até mil pessoas. “Com a economia com baixíssimo crescimento, esses trabalhadores terão grandes dificuldades de voltar ao mercado”, diz.  
 
Acumulado 
 
De janeiro a julho deste ano, o saldo regional também ficou no vermelho, com fechamento de 2.459 postos com carteira assinada – 62.095 admissões e 64.554 demissões. Contudo, o resultado atual reduziu o ritmo de demissões verificado um ano antes, quando houve 3.097 vagas fechadas (diferença entre 58.229 contratações e 61.326 desligamentos). 
 
Guarujá (-1.242) foi responsável por mais da metade dos cargos extintos na Baixada Santista neste ano. Os setores de comércio e serviços lideram a quantidade de demissões nos últimos sete meses. Santos (-583), Bertioga (-522) e São Vicente (-424) contribuíram para o resultado. 
 
Praia Grande liderou a geração de empregos, com saldo de 330 postos, seguido por Cubatão (74). Construção civil, comércio e serviços puxaram os números. 
 
O economista Fernando Chagas explica que a retração no mercado regional ainda é reflexo da estagnação nas finanças nacional. “Se a economia não melhorar, a tendência é de continuadas quedas na geração de emprego com carteira assinada até o final do ano”.
 
No País, saldo positivo de 43.820 vagas
 
O mercado de trabalho brasileiro criou 43.820 empregos com carteira assinada em julho, de acordo com dados do Caged. O saldo decorre de 1,331 milhão de admissões e 1,287 milhão de demissões. 
 
O resultado ficou abaixo do registrado em julho do ano passado, quando houve abertura líquida de 47.319 vagas, na série sem ajustes. Porém, dentro do intervalo das estimativas de analistas do mercado financeiro. As projeções eram de abertura de 20 mil a 65 mil vagas, com estimativa positiva de 44 mil postos de trabalho.
 
Desemprenho
 
No acumulado de janeiro a julho deste ano, o saldo do Caged foi positivo em 461.411 vagas, o melhor desempenho para o período desde 2014, quando a abertura de vagas chegou a 632.224 postos, na série com ajustes.
 
Em 12 meses até julho, houve abertura de 521.542 postos de trabalho. O resultado do mês foi puxado pelo setor de construção civil, que gerou 18.721 postos formais, seguido pelo setor de serviços, que abriu 8.948 vagas de trabalho. A administração pública registrou o fechamento líquido de 315 vagas no mês passado. 
 

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