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Enquanto Bolsonaro distrai país com bobagens, brasileiros se endividam cada vez

Fonte: CUT
 
Banco Central revela que taxa de endividamento de famílias brasileiras atingiu o maior nível em três anos. Sem emprego, fazendo bicos ou aceitando vaga informal, trabalhadores deixam de pagar contas
 
 
A falta de medidas concretas do governo de Jair Bolsonaro (PSL) para aquecer a economia e gerar emprego e renda, as altas taxas de desemprego, a precarização do mercado de trabalho, e o aumento da informalidade, que bateu recorde em junho, têm levado cada vez mais trabalhadores a se endividar e parar de pagar as contas. Enquanto isso, Bolsonaro se ocupa em distrair o país com grosserias, ataques como o que fez ao presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, e bobagens como a afirmação de que não tem fome no Brasil.
 
De acordo com dados do Banco Central (BC), a taxa de endividamento das famílias em relação à renda acumulada em 12 meses em maio – dado mais recente - chegou a 44,04% - o maior desde abril de 2016 (44,2%).  Em maio de 2018 taxa de endividamento chegou a 41,9% e, em abril de 2015, a 46,8%, segundo reportagem do Valor Econômico.
 
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), confirma o dado do BC e amplia a análise sobre a difícil situação financeira dos brasileiros. Confira aqui a análise completa da pesquisa. 
 
Segundo a CNC, em julho deste ano, aumentou para 64,1% o percentual de famílias com dívidas. Elas não conseguiram pagar os cheques pré-datados, faturas de cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro. Em julho de 2018, a taxa era de 59,6% do total de famílias.
 
Não têm condição de pagar
 
A proporção de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam com os nomes sujos, impossibilitadas de conseguir crédito, passou de 9,5% em junho de 2019 para 9,6% em julho, apresentando alta também em relação aos 9,4% verificados em julho de 2018.
 
Muito endividadas
 
Também aumentou entre os meses de junho e julho deste ano o percentual de famílias que se declararam muito endividadas - de 13,0% para 13,3%.
 
Tempo médio de atraso 
 
Entre as famílias com contas ou dívidas em atraso, o tempo médio de atraso foi de 64 dias em julho de 2019 – superior aos 62,9 dias de julho de 2018. O tempo médio de comprometimento com dívidas entre as famílias endividadas foi de 7 meses, sendo que 32% delas estão comprometidas com dívidas por mais de um ano.
 
Comprometimento da renda
 
Ainda entre as famílias endividadas, a parcela média da renda comprometida com dívidas aumentou, na comparação anual, de 29,5% em julho de 2018 para 29,9%, em julho de 2019, e 21,1% delas afirmaram ter mais da metade de sua renda mensal comprometida com pagamento de dívidas.
 
Por faixa de renda
 
Entre as faixas de renda pesquisadas, os que ganham menos, devem mais. Para as famílias que ganham até dez salários mínimos, o percentual de famílias com dívidas alcançou 65,4% em julho de 2019, superior aos 64,9% do mês anterior e também maior do que julho de 2018 (60,8%).
 
Já entre as famílias com renda acima de dez salários mínimos, o percentual de  endividamento diminuiu entre junho de 2019 e julho de 2019, de 60,1% para 58,7%. Em julho de 2018, o percentual de famílias com dívidas nesse grupo de renda era de 54,1%.
 
Vilão
 
O cartão de crédito continua sendo apontado em primeiro lugar como um dos principais tipos de dívida por 78,4% das famílias endividadas, seguido por carnês, para 16,2%, e, em terceiro, por financiamento de carro, para 10,2%. Para as famílias com renda até dez salários mínimos, o cartão de crédito, por 78,9%, carnês, por 17,2%, e financiamento de carro, por 8,6%, foram os principais tipos de dívida apontados.
 
Entre as famílias com renda acima de dez salários mínimos, o cartão de crédito também aparece em primeiro lugar como principal responsável pelo endividamento - 76,5% dos entrevistados. Em segundo lugar está o financiamento da casa própria (18,1%), e em terceiro o financiamento do carro (17,9%).
 

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