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Sete em cada dez brasileiros tiveram de fazer cortes no orçamento no primeiro semestre

Fonte: Valor Investe

Segundo pesquisa de confederação de lojistas, metade dos entrevistados vê economia pior que o esperado, mas 60% conseguiram manter contas em dia

Sete em cada dez consumidores se viram obrigados a fazer cortes no orçamento no primeiro semestre de 2019, e 53% recorreram a bicos e trabalhos adicionais para complementar a renda.
 
Os dados são de um levantamento realizado nas 27 capitais pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e divulgado nesta quarta-feira (31).
 
Segundo a pesquisa, a retração nos orçamentos pessoais está ligada a uma frustração com o desempenho da economia.
 
Para 49% dos entrevistados, a situação atual é pior do que eles esperavam no começo do ano. Na outra ponta, apenas 13% dos entrevistados consideram que a economia está melhor do que o esperado.
 
“A sensação de decepção pode ter origem no impacto gerado pela situação macroeconômica do país nas finanças pessoais do brasileiro”, informam as entidades responsáveis pela pesquisa.
 
Três em cada dez consumidores (30%) sentiram piora em sua situação financeira no primeiro semestre do ano – em grande parte, motivada pela alta dos preços (54%) e pela diminuição da renda familiar (38%).
 
Também foram frequentes nas respostas dos entrevistados o desemprego, próprio ou de alguém da família, com 46% de citações, passar vários meses no vermelho (45%) e ter o CPF negativado por não pagar contas (34%).
 
Há ainda 33% que recorreram a um empréstimo para organizar o orçamento e 27% que chegaram ao ponto de ter que vender bens para conseguir dinheiro.
 
“Tecnicamente, o ciclo de recessão iniciado em 2014 no Brasil acabou no final de 2016. Mas o país ainda não se recuperou de alguns dos efeitos da crise e da retração na economia, e a sombra daquele período esteve afetando diretamente o orçamento do brasileiro”, comentou o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Júnior.
 
Poupança
 
Por outro lado, a pesquisa revela alguns resultados positivos. Apesar das adversidades, seis em cada dez (60%) entrevistados conseguiram manter o pagamento das contas em dia, 35% conseguiram guardar dinheiro e 30% ainda disseram ter chegado a realizar um sonho de consumo nesse período.
 
A pesquisa mostra ainda que três em cada dez brasileiros (29%) consideram que a economia do país ainda não retomou o crescimento esperado e que vai demorar para fazê-lo, enquanto outros 29% acreditam que o crescimento será retomado em breve e 27% creem que o crescimento já foi retomado, mas de forma lenta.
 
O levantamento também quis saber a opinião dos brasileiros sobre as prioridades do governo para os próximos quatro anos. A geração de empregos (68%), o combate à corrupção (63%) e a melhoria da educação pública (55%) foram as preocupações mais destacadas.
 

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