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É greve por tempo indeterminado

Fonte: Sindaport / A Diretoria



Preocupados em não causar transtornos aos operadores e terminais portuários, ao Porto de Santos como um todo e ao comércio exterior do país, os trabalhadores portuários empregados da Companhia Docas do Estado de São Paulo (CODESP) e as lideranças do Sindicato dos Empregados na Administração Portuária (SINDAPORT) fizeram tudo o que foi possível para evitar a GREVE por tempo indeterminado. 
 
Apesar do esforço, compreensão e da predisposição em colaborar com a direção da estatal, não teve jeito. A GREVE por tempo indeterminado, já deliberada, deve mesmo ser ratificada na assembleia que acontecerá na noite desta quarta (24), com inicio a partir da ZERO HORA de quinta-feira (25).
 
Mais uma vez a história se repete, ou seja, a diretoria da empresa apenas reitera sua mais absoluta falta de autonomia e não consegue nenhum tipo de avanço junto aos tecnocratas de Brasília, com destaque para os da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST), ficando a CODESP refém de decisões de pessoas que nunca pisaram num complexo portuário, portanto, desconhecem a atividade e não sabem, ou fingem que não sabem, os prejuízos causados por uma GREVE, sobretudo em se tratando do Porto de Santos, o maior e mais importante da América Latina, não por acaso responsável por aproximadamente 30% da Balança Comercial brasileira. 
 
Mostramos para a empresa nossa absoluta confiança nas negociações e intuito de dialogar, aceitando inclusive a prorrogação do acordo coletivo, por 60 dias, sendo nossa data-base em 1º de junho.
 
Todavia, ao longo desse tempo pouco se avançou nas propostas da Codesp, além daquilo que já sabíamos, ou seja, que o que a SEST quer mesmo é NÃO CONCEDER O ÍNDICE TOTAL DA INFLAÇÃO DO PERÍODO (junho 2018 a maio 2019), e almeja ainda REDUZIR AINDA MAIS NOSSOS GANHOS FINAIS, tirando ou diminuindo conquistas de décadas, tais como adicionais de hora extra e noturno. Além disso, quer aumentar a participação dos colaboradores, da ativa e aposentados, no plano de saúde, bem como retirar o vale refeição no décimo terceiro salário.
 
A inflação ao longo do ano vai aos poucos corroendo o poder de compra dos salários, uma vez que os aumentos de preços verificados cotidianamente na vida do cidadão se revelam muito maiores do que os apontados nos índices oficiais. No momento da data-base, para não ganhar nada a mais e apenas reajustar os salários pelo índice da inflação, a diretoria da CODESP literalmente se aproveita para reduzir a sua folha de pagamento.
 
Nesse sentido, não dá pra aceitar e tampouco defender a proposta da empresa, pela qual o trabalhador passe a ganhar MENOS do que já vinha recebendo. Segundo informações extraoficiais obtidas pelo Sindaport, os técnicos da SEST, muitos deles ainda do tempo dos últimos governos do Partido dos Trabalhadores (PT), que segundo a "rádio peão" mandam e muito na diretoria da CODESP, não autorizam 100% do índice da inflação e ainda querem a retirada de conquistas.
 
Sendo assim, não resta outra alternativa senão uma GREVE POR TEMPO INDETERMINADO.
 
Em outras assembleias já alertamos sobre o chamado fim da ultratividade nos acordos coletivos, ou seja, a partir de 31 de julho, data final da prorrogação do atual acordo coletivo, ficamos sem instrumento coletivo.
 
Na última pré-audiência de conciliação realizada na semana passada, em São Paulo, o departamento jurídico da Codesp queria fazer constar em ata que a partir de 1º de agosto a empresa pagaria apenas aquilo que determina a legislação vigente e não mais as cláusulas do acordo ainda vigente. A própria empresa agora avalia a possibilidade de ela mesma ingressar na Justiça do Trabalho com a decretação de dissídio coletivo.
 
Sendo assim, mais do que nunca a nossa GREVE TEM QUE SER POR TEMPO INDETERMINADO.
 
Após a pré-audiência de conciliação a ser realizada na tarde desta quarta feira (24) faremos a nossa assembleia, às 20h00, onde seguramente teremos que confirmar nossa GREVE a partir de zero hora de quinta-feira (25).
 
Vamos imediatamente instaurar Dissídio de GREVE no tribunal trabalhista e tentaremos juridicamente algum instrumento que possa garantir nosso acordo coletivo atual a partir de 1º de agosto.
 
Então, pessoal, A HORA É ESSA.
 
Momento de decisão. Tomamos todas as precauções jurídicas necessárias, desde a primeira assembleia, cumprindo todos os ritos e prazos legais. Confiamos na justiça, que nossa GREVE deverá ser julgada legal, sem prejuízos aos dias parados. E mantendo a greve por tempo indeterminado, até a concessão de alguma liminar ou tutela antecipada, que nos garanta a manutenção de todo o nosso acordo coletivo, ou até o julgamento.
 
ASSEMBLEIA QUARTA-FEIRA, DIA 24, AS 20h00.
 
GREVE POR TEMPO INDETERMINADO A PARTIR DA ZERO HORA DE QUINTA, DIA 25.
 
MANIFESTAÇÃO NA QUINTA FEIRA, ÀS 10h, EM FRENTE À PRESIDÊNCIA.
 
DURANTE A GREVE, ASSEMBLEIA TODOS OS DIAS ÀS 19h00.
 
O TAMANHO DO MEDO NÃO AFASTA O PERIGO.
 
O MEDO DE PERDER, NÃO PODE SER MAIOR QUE A VONTADE DE VENCER.
 
E A LUTA CONTINUA...
 

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