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Com acordo, exportações de açúcar e etanol à UE podem triplicar

Fonte: Valor Econômico
 
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) estimou nesta terça-feira que as exportações de açúcar e etanol do Mercosul para a União Europeia (UE) têm potencial para alcançar US$ 2 bilhões quando as cotas isentas de tarifa acordadas entre os dois blocos no acordo comercial forem plenamente atendidas. O Brasil é o principal beneficiado, por ser de longe o maior exportador mundial da commodity.
 
O valor, calculado pela Unica com base nos preços praticados em 2018, seria mais que o triplo da receita de US$ 600 milhões obtida com as exportações dos dois produtos ao bloco europeu no ano passado. O montante equivale a 7% do total das divisas obtidas geradas pelo Brasil com todas as exportações de açúcar e etanol no ano passado.
 
Pelo acordo, a UE deixará de cobrar imposto de importação sobre uma cota de 180 mil toneladas de açúcar por ano do Mercosul. Também foi criada uma cota isenta de imposto para 562 milhões de litros de etanol para uso industrial ao ano.
 
Para o etanol de uso combustível, foi criada uma cota de 250 milhões de litros, com tarifas que variam de acordo com o produto. Para o etanol não-desnaturado (para todos os fins), a tarifa de importação será de 0,064 euro por litro e para o etanol com adição de substâncias para impedir o uso em bebidas, alimentos ou produtos farmacêuticos, a tarifa é de 0,03 euro por litro.
 
Até o atual acordo, o açúcar do Brasil se enquadrava na cota CXL, de 412 mil toneladas, e na Erga Omnes, de 290 mil toneladas, ambas com uma tarifa intra-cota de 98 euros por tonelada. No caso do etanol, era aplicada uma tarifa de 0,19 euro por litro para etanol não-desnaturado e de 0,10 euro por litro para etanol desnaturado. Segundo a Unica, essas tarifas praticamente impediam o acesso ao mercado.
 
Em comunicado, a Unica disse que "reitera a sua avaliação de que o acordo foi uma grande conquista para o país". A entidade parabenizou "a diplomacia brasileira" e a atuação da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e do ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo. "Trata-se de um passo importante e que pode levar a uma maior abertura comercial no futuro", acrescentou.
 

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