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Codesp “fala” em uma nova proposta

Fonte: AssCom Sindaport / Denise Campos De Giulio
 
 
Informalmente. Foi dessa forma que o presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Casemiro Tércio Carvalho, apresentou ao presidente do Sindicato dos Empregados na Administração Portuária (Sindaport), Everandy Cirino os Santos, a contraproposta patronal referente à Campanha Salarial 2019 dos empregados da estatal portuária que administra o Porto de Santos.
 
Repleta de retrocessos trabalhistas e retirada de históricas conquistas obtidas pela categoria ao longo de décadas, a proposta informal feita pelo mandatário da Codesp somente será levada ao crivo da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest) caso seja aprovada em assembleia pelos doqueiros de Santos, uma vez que o órgão, de acordo com a empresa, já se posicionou contrário à validação do acordo coletivo pelo período de 2 anos, bem como quer a redução imediata dos adicionais.
 
"Respeitamos o posicionamento do presidente da Codesp, bem como sabemos das suas dificuldades em razão de uma já conhecida falta de independência da companhia para poder negociar diretamente com os trabalhadores sem qualquer interferência de Brasília, mas temos que defender os interesses dos nossos representados e por tal não vamos aceitar nenhuma retirada do que já conquistamos através de muita luta em acordos anteriores", disse Everandy Cirino.
 
Considerando as cláusulas trabalhistas ofertadas por Casemiro Tércio em uma conversa informal e não numa reunião oficial de negociação, também de maneira coloquial Cirino se posicionou. "Sou totalmente contra a redução dos adicionais e mais ainda contra a pífia e aviltante oferta de reajuste salarial com um índice de apenas 50% da inflação."
 
Na avaliação do dirigente sindical, a greve se configura como a única alternativa para os trabalhadores. "Se é para perder conquistas obtidas à duras penas em quase quatro décadas, então é melhor paralisarmos as atividades no maior e mais importante porto do país e arriscarmos a decisão dos tribunais trabalhistas, até porque se esse é o jogo é melhor perdermos lutando do que entregar sem luta.” 
 
Segundo Everandy Cirino, no decorrer do bate papo o presidente da Codesp adiantou que nos próximos dias estará disponibilizando os termos da contraproposta para a renovação do acordo coletivo de trabalho através de um vídeo que circulará na intranet na estatal portuária.
 
Por sua vez, o líder sindical da entidade representativa majoritária dos empregados da Codesp salientou que qualquer proposta formalizada oficialmente pela empresa ao Sindaport será avaliada e debatida pela categoria em assembleia específica a ser convocada. "Unidos, coesos e acima de tudo mobilizados vamos fazer nossa lição de casa, pela qual esperamos chegar a um bom termo com a direção da Codesp evitando assim a deflagração de uma greve no Porto de Santos."
 
Confira os principais termos da contraproposta informal:
 
Acordo Coletivo de Trabalho por 2 anos - 2019/2021;
 
Índice de reajuste salarial em junho de 2019 com percentual de 50% do INPC do período e o reajuste salarial de junho de 2020 “a negociar”;
 
Adicional de hora extra: uma redução de 6,25% a cada 3 meses, iniciando a partir de outubro/19, até chegar ao percentual de 50%;
 
Adicional noturno: uma redução de 3,80% a cada 3 meses, a partir de outubro/19, até chegar ao percentual de 20%;
 
Adicional de férias: até maio de 2020 mantido 50% atual e a partir de junho de 2020 passaria para o percentual de lei, 33%;
 
Plano de Saúde: ativa pagando 50% e aposentados 75%;
 
Excluir do acordo o vale refeição extra em dezembro;
 
Excluir folga Dia do Portuário em 28 de janeiro;
 
PDV com cálculo de 50% da média do ganho nos últimos 12 meses e multiplicado pelo número de anos trabalhado na CODESP.
 

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