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Fonte: Valor Econômico

 

De olho no crescimento econômico, o governo pretende liberar nas próximas semanas o saque das contas dos trabalhadores no PIS/Pasep, disse na última sexta-feira o ministro da Economia, Paulo Guedes, durante evento do setor de construção civil, realizado num hotel na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

 

Segundo Guedes, a medida vai depender do andamento da reforma da Previdência no Congresso Nacional, mas não deu detalhes. "Tem várias coisas que a gente está estudando", disse Guedes, sugerindo aos presentes conversar com o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, também presente ao evento.

 

No início do mês, o secretário de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, que a liberação de saques de PIS/Pasep deve injetar mais de R$ 20 bilhões na economia e beneficiar cerca de 14 milhões de pessoas. O secretário, porém, havia projetado a liberação para daqui a quatro meses.

 

Orçamento

 

Guedes afirmou que a proposta de emenda constitucional (PEC) que desvincula receitas e despesas do Orçamento era seu "plano B" para o orçamento, mas que prefeitos estão defendendo a medida como "plano A" por conta da proximidade com as eleições municipais no próximo ano.

 

"Se desvincular, desfixar o orçamento, daqui a um ano e meio não tem mais crise fiscal. Esse era meu plano B, mas os prefeitos disseram que na verdade é o plano A pela proximidade com as eleições", disse.

 

Segundo ele, a medida poderá devolver o protagonismo para a classe política. "Aí o prefeito de Araraquara vai poder investir mais em educação. O prefeito de Porto Alegre, a mesma coisa, e por aí vai", acrescentou o ministro.

 

Guedes aproveitou para reafirmar que os programas sociais do governo que funcionaram serão ampliados. "Não tem negócio de esquerda e direita. Nós vamos fazer o que for necessário para melhorar o Brasil", disse. "Tivemos vários governos de centro esquerda e agora é uma aliança conservadora", acrescentou.

 

Além da desvinculação do orçamento, o ministro voltou a bater na tecla da necessidade de descentralização de recursos da União. Para ele, essa seria uma "belíssima pauta" a partir de julho deste ano. "Vários candidatos falaram menos Brasília e mais Brasil, eu só estou reforçando", lembrou Guedes.