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Sindaport e Codesp se reúnem para discutir Campanha Salarial 2019

Fonte: AssCom Sindaport / Denise Campos De Giulio
 
 
A queda de braço que se prenuncia entre os trabalhadores representados pelo Sindicato dos Empregados na Administração Portuária (Sindaport) e a nova diretoria da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) referente à Campanha Salarial 2019 ganhou mais um importante capítulo nesta quarta-feira (15), véspera de nova reunião entre as partes. 
 
Isto porque, o diretor de Administração e Finanças da estatal portuária, Fernando Biral, encaminhou ofício ao presidente do Sindaport, Everandy Cirino dos Santos, ratificando o posicionamento da empresa levado ao conhecimento das lideranças sindicais representativas dos quase 1.400 colaboradores na reunião realizada na sede da estatal portuária, no último dia 06.
 
Seguindo à risca a retórica de seus superiores, em Brasília, com destaque para o presidente Bolsonaro e sua equipe econômica que, atribuindo a culpa pelo atual déficit público aos governos Temer e Dilma, vem promovendo sucessivos e desordenados cortes orçamentários em diversas áreas, Biral acusa gestões passadas da Codesp pela "desafiadora situação" pela qual atravessa a Docas paulista.
 
De forma bastante objetiva não poupou as administrações antecessoras acusando-as, inclusive, de desmandos e omissão. "Desmandos de gestões passadas, inchaço da estrutura; e interesse privado sobreposto ao público, fruto da omissão de gestores em avaliar contratos que geram tanto receitas como despesas, nos conduziram até aqui"
 
Segundo o titular da pasta de Administração e Finanças, a contraproposta patronal deriva de um cenário hostil e faz parte de um programa de reestruturação econômico-financeiro visando o saneamento da companhia que, ele afirma, corre sérios riscos de se tornar dependente do Tesouro Nacional caso nada seja feito para reverter o quadro atual.
 
A caótica situação do Portus também foi abordada pelo mandatário da Codesp. "Estamos na iminência de, se nada for feito, ver o Portus extinto, com danos irreparáveis e injustos que vão além dos muros da Codesp atingindo milhares de famílias já num ambiente de recessão", cravou o diretor.
 
Ele assevera, no entanto, que a administração da Codesp vem atuando junto ao Governo Federal para firmar um cronograma de aportes que permita ao Instituto de Seguridade Social dos "doqueiros" de Santos e demais portos públicos do país se recuperar nos próximos anos, o que demandará "um esforço de caixa".
 
A eterna e insolúvel questão da dragagem, a manutenção do sistema viário e a dívida da Libra, que resultou no encerramento das atividades da operadora portuária, também foram temas elencados por Biral no expediente enviado ao Sindaport.
 
Para Everandy Cirino, os argumentos do representante da Autoridade Portuária não diferem dos utilizados por gestores passados "É sempre assim durante o processo negocial versando sobre a data-base da categoria, pela qual os problemas apenas se renovam, até porque são exatamente os mesmos, como a velha questão da dragagem que se arrasta há anos assim como há anos também se arrasta a dívida da Libra com a Codesp."
 
Sobre o Portus, o sindicalista espera que o Governo Federal assuma seu papel de protagonista. "A situação é realmente complicada, mas por descasos dos governos que se sucederam no comando da Nação e que foram os principais responsáveis pela triste realidade na qual o Portus se encontra atualmente, lembrando ainda que nos governos Lula, Dilma e até mesmo Temer, e respectivas gestões que passaram pelo comando da Codesp, os aportes financeiros para a subsistência do Portus foram viabilizados. Vamos ver se o mesmo ocorrerá agora com Bolsonaro e com a atual administração do maior e mais importante Porto da América Latina."
 
Lideranças do Sindaport e mandatários da Codesp voltam à mesa de negociações nesta quinta-feira (16), em reunião que acontecerá na sede da estatal portuária. "Estamos abertos ao diálogo e dispostos a colaborar no que for preciso, porém vamos defender os interesses dos trabalhadores e de forma alguma iremos aceitar qualquer retrocesso no nosso acordo coletivo de trabalho, pautado por anos e anos de lutas e conquistas da categoria", concluiu Cirino.
 

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