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Desestatização de serviços do Porto é um dos eixos de trabalho da nova gestão da Codesp

Fonte: G1 Santos
 
Presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Casemiro Tércio Carvalho, detalhou planejamento durante o Encontro Porto & Mar, no auditório do Grupo Tribuna.
 
 
A desestatização do Porto de Santos, no litoral de São Paulo, é um dos três eixos da gestão de trabalho da nova diretoria da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp). O tema foi abordado nesta terça-feira (30), durante o Encontro Porto & Mar, que reuniu autoridades e empresários para discutir o desenvolvimento portuário.
 
O evento ocorreu no auditório do Grupo Tribuna e foi o primeiro de uma série de encontros, que inclui um seminário e visita técnica internacional. Também foi descrita a ampliação do Porto & Mar como plataforma de conteúdo nas mídias digitais, além da renovação de parcerias com empresas e com o jornal Valor Econômico, do Grupo Globo.
 
Durante do encontro, Casemiro Tércio Carvalho, diretor-presidente da Codesp, descreveu os planos de trabalho executados desde o início da gestão, baseados em três eixos principais de trabalho: o primeiro voltado para a parte interna da companhia, pensando no cuidado com funcionários; o segundo, com o cuidado com os clientes e o mercado, algo que nem sempre é dado.
 
"Às vezes nos esquecemos do dono do contêiner, do fazendeiro que exporta seu gado, seu grão. Temos que olhar com mais carinho para este sujeito", detalhou. O terceiro fica a cargo da desestatização, assunto que vem sido trabalhado desde que a nova gestão da autoridade portuária tomou posse.
 
 
"Foi clara a mensagem do governo: chamar o setor privado pra dentro das operações públicas. Há várias formas de fazer isso, como a concessão pura ou a cultura de capital, como estamos propondo. Há várias formas para optarmos", explicou.
 
Entre as opções, estão arrendamentos de áreas portuárias, que serão publicados ao longo do ano. "Precisamos olhar como desenvolvedor de infraestrutura. Vamos começar o planejamento hoje, e não trabalhar na reação. Transformamos o Porto em colcha de retalhos e, agora, estamos juntando os pedaços", disse.
 
O canal do porto também terá serviços oferecidos à iniciativa privada, como a dragagem, gerenciamento de tráfego marítimo e os serviços de rebocadores que, segundo ele, teve deficiências identificadas, e o monitoramento ambiental. “A austeridade na gestão do canal tem que ser completa”, detalhou.
 
 
Também está nos planos a concessão da Avenida Perimetral, de forma a alocar ao dono da carga à operação da via, além dos commodities - água, esgoto, resíduos sólidos e energia elétrica, esta hoje gerada pela Usina de Itatinga, de Bertioga. Segundo Casemiro, a ineficiência dela gera um déficit anual de R$ 20 milhões à Codesp.
 
"Se houver um cenário de ela ser eficiente, vamos conceber. Mas o objetivo de comprar energia no mercado livre de forma mais barata é oferecer isso ao consumidor, e vincular Itatinga em um espaço de preservação do patrimônio histórico, numa estação ecológica e proteger o patrimônio histórico”, disse.
 
"A desestatização vem para garantir um ambiente portuário paulista, e tirar do poder público uma responsabilidade de investimentos que não é só dele. Se é bom, por qual razão o privado não investe?", questionou. "Pretendemos, na primeira quinzena de junho, fazer um balanço de 100 dias do que já foi feito em cima destes trabalhos
 
Encontro Porto & Mar
 
Este foi um dos quatro encontros previstos no calendário do Porto & Mar neste ano. O próximo ocorrerá em 24 e 25 de junho, em Santos, e analisará temas estratégicos para a expansão do cais santista. Depois, outras duas edições: uma no terceiro trimestre, com o andamento de um projeto essencial para o complexo marítimo, e o último, no fim do ano, com um balanço sobre as atividades de 2019 no setor. Uma viagem técnica a um porto no exterior também está programada.
 

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