Notícias

Fonte: Valor Econômico

 

O setor público, a construção e o comércio foram as atividades que mais desempregaram no primeiro trimestre de 2019, dentro de uma sazonalidade típica do período, mostram dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua) divulgada nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

 

No total do país, 873 mil trabalhadores perderam sua ocupação (empregados, empregadores, servidores, conta-própria) nos três primeiros meses deste ano, na comparação aos três últimos meses de 2018. Com isso, o total de pessoas ocupadas recuou 0,9%, para 91,863 milhões no período. A taxa de desemprego se situou em 12,7%.

 

De acordo com a pesquisa, o setor público deixou de ocupar 332 mil pessoas no primeiro trimestre deste ano, o que corresponde a uma redução de 2% no total de empregados frente ao último trimestre do ano passado. Em relação ao mesmo período de 2018, porém, essa ocupação cresceu 3,2%, o que representa 502 mil pessoas a mais.

 

"São professores, sobretudo mulheres, que dão aulas nos primeiros anos do ensino fundamental. É um movimento sazonal, que acontece nas prefeituras, de demissões no início do ano para recontratação logo em seguida. É algo sazonal e que vai se dissipar daqui para frente", disse Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho de Rendimento do IBGE.

 

O quadro também foi negativo na construção, com dispensa de 288 mil pessoas frente ao quarto trimestre de 2018, sejam trabalhadores formais, informais ou autônomos. O contingente de pessoas dedicadas à construção recuou, desta forma, em 4,2%, para 17,542 milhões. Frente ao mesmo período de 2018, o setor mostra estabilidade.

 

"A construção também tem uma pegada sazonal. É um período tipicamente de redução desse trabalho", disse Azeredo

 

Outro destaque negativo foi o comércio. A atividade dispensou 195 mil pessoas de janeiro a março, na comparação ao quarto trimestre de 2018, o que significa 1,1% a menos. O comércio tipicamente dispensa no início do ano pessoal contratado para as vendas de fim de ano. Frente ao mesmo período do ano passado, o saldo segue positivo, com alta de 0,7%.

 

Dos dez agrupamentos de atividade acompanhados pelo IBGE, seis reduziram o número de empregados entre o fim de 2018 e o primeiro trimestre deste ano. Dos que tiveram contratação, o destaque foi o setor de informação, comunicação e atividade financeira, com 117 mil pessoas a mais ocupadas.