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Na crise, cresce em 25% número de brasileiros que pescam, caçam e cultivam alimentos para garantir subsistência

Fonte: O Globo
 
Já são 13 milhões que recorrem ao trabalho para o próprio sustento, ou 7,7% da população adulta


 
Em mais uma consequência da crise e do desemprego, aumentou o trabalho para subsistência. O Brasil já tem 13 milhões de pessoas que cultivam, caçam, pescam e criam animais, produzem carvão, cortam lenha, fabricam calçados, roupas, móveis e cerâmicas e sobem laje, de acordo com pesquisa do IBGE divulgada na última sexta-feira.
 
Este número aumentou nada menos do que 25% nos últimos três anos. Desde 2016, são 2,609 milhões de brasileiros recorrendo ao trabalho para o próprio consumo, segundo os dados da pesquisa “Outras formas de trabalho”.
 
Com isso, ao todo, 7,7% da população brasileira com 14 anos ou mais recorre ao expediente de trabalhar para a subsistência.
 
A maior alta foi no Nordeste, onde esse contingente cresceu de 9,4% para 10,9%, ultrapassando a Região Norte, onde a prática de caça e pesca para subsistência é tradicionalmente maior.
 
No Sudeste, por outro lado, o mais comum é a prática de construção para o próprio consumo, o típico subir uma laje.
 
No Brasil, o tipo de trabalho mais frequente para a subsistência é cultivo, pesca, caça e criação de animais, com 74% dos que fazem alguma atividade para o próprio consumo.
 
A produção de carvão e o corte de lenha são praticados por 14,5%. Com a alta nos preços do gás, cresceu sobretudo no Nordeste o uso de lenha para cozinhar. A construção, como subir uma laje, é adotada por 8%.
 
Mas muitos recorrem também à fabricação de calçados e roupas (13,7% do total).
 
 
A pesquisa também identificou que os mais velhos, acima de 50 anos, são os que mais se dedicam a esse tipo de trabalho precário. Nessa faixa etária, representam 11%. Nas regiões Norte, Nordeste e Sul, a taxa alcança 14%.
 
Esse tipo de trabalho também tem relação forte com a escolaridade. Segundo dados da pesquisa, 13,2% das pessoas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto realizam produção para o próprio consumo, contra 3,1% daquelas com ensino superior.
 
– Entre aqueles com ensino médio, são menos de 5% (4,3%). O aumento de pessoas nesse tipo de trabalho foi entre os homens sem instrução – afirma a responsável pela pesquisa no IBGE, Maria Lúcia Vieira.
 
Entre os que têm pouco instrução, a taxa de produção para subsistência sobe para 17% no Nordeste, 16,2% no Norte e de 15,5% no Sul. As atividades principais são de cultivo, caça e pesca.
 

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