Notícias

Sindicam: População não apoiaria uma greve hoje, diz líder dos caminhoneiros

Fonte: Valor Econômico


 
Diretor do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sindicam), José Cícero Rodrigues voltou a afirmar na última quinta-feira que os caminhoneiros da região não planejam aderir a qualquer movimento grevista, tampouco acredita que a população apoiaria essa iniciativa. "Aqui no Porto de Santos, e falo por todas associações, ninguém vai parar. Ano passado, aderimos prontamente".
 
Mais cedo, o motorista Wanderlei Alves, conhecido como Dedéco, de Curitiba, um dos articuladores em grupos de WhatsApp, afirmou que a categoria começa uma paralisação à zero hora do próximo dia 29 em todo o país. "Está confirmado nos nossos grupos, dia 29 do quatro de 2019, os caminhoneiros vão começar a parar o Brasil", informou ele ao Valor.
 
Segundo Rodrigues, no entanto, não existe ambiente para uma mobilização nacional como ocorreu em maio de 2018, quando a classe conseguiu parar o abastecimento no país durante 11 dias. "Na época, antes de a greve começar, lideranças de todos os Estados tinham aderido, era outro momento. E nós do Porto de Santos, também", ressalta.
 
Na opinião do sindicalista, dificilmente uma greve deflagrada agora teria o apoio da sociedade. "A categoria estava indignada com os aumentos semanais do diesel, e a população aderiu porque via os reflexos disso nos preços dos produtos. Também estava para acontecer as eleições... Hoje não temos essa dimensão".
 
O líder na Baixada Santista diz ainda que o Planalto não está disposto a ceder como ocorreu ano passado, porque há outras pautas nacionais importantes em andamento, citando a reforma da Previdência. "O que está acontecendo é que o governo está recebendo o Chorão, e outras lideranças também gostariam de ser ouvidas, então existe esse desconforto", observou.
 
Ele se refere a Wallace Landim, caminhoneiro de Catalão, Goiás, que tem feito reuniões regulares com o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, para discutir a tabela do frete e a política de reajustes de preços do diesel. A principal queixa de Wanderlei Alves e seus colegas é justamente quanto aos dois temas. Ele afirma que o 'gatilho' previsto na Lei 13.703 -- que estabeleceu a Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas -- não vem sendo aplicado em grande parte do país. "Reconheço esse mecanismo, mas ninguém está obedecendo a lei e pagando o piso mínimo do frete".
 
O parágrafo 3º do Artigo 5º da lei diz: "Sempre que ocorrer oscilação no preço do óleo diesel no mercado nacional superior a 10% (dez por cento) em relação ao preço considerado na planilha de cálculos de que trata o caput deste artigo, para mais ou para menos, nova norma com pisos mínimos deverá ser publicada pela ANTT, considerando a variação no preço do combustível."
 
José Cícero Rodrigues acha que o tema será apaziguado até o fim do mês. "Sabe o que vai acontecer? Antes do dia 29, eles vão acabar sendo recebidos pelos ministros, e nada vai acontecer", aposta.
 

Imprimir Indicar Comentar

Comentários (0)

Compartilhe