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A barbárie institucional e os 'vândalos'

Fonte: CUT /  Vagner Freitas*
 
Covarde repressão policial alimenta a violência em Brasília. Se houve vandalismo, a PM e a polícia Legislativa são cúmplices, senão coautoras

 
Ontem (terça-feira, 29) Brasília foi palco de uma verdadeira batalha contra a aprovação da PEC 241/55, conhecida com PEC do Teto de Gastos pelos que aprovam essa que é uma das medidas mais cruéis dos últimos anos; ou PEC da Morte, pelos que defendem os interesses dos brasileiros que mais precisam de serviços públicos no país. Mesmo assim, a medida foi aprovada em primeiro turno. 
 
Mais de 15 mil pessoas de todos os Estados estavam na capital Federal lutando por verbas para a Saúde e para a Educação, que a PEC vai congelar por 20 anos. A PM e a Polícia Legislativa resolveram acabar com o ato e jogaram spray de pimenta, gás lacrimogênio e deram muitas cassetadas em qualquer um que vissem pela frente. Muita gente se machucou, muita gente passou mal. Crianças, idosos, jovens, mulheres.
 
Nos jornais de hoje (quarta-feira, 30), a CUT é chama de anarquista. É isso que dirigentes sindicais fazem, segundo editorial do Estadão. Não, seu Mesquita, nós não promovemos bagunças. Se alguém fez isso, não aponte o seu dedo sujo para nos acusar, sem provas, sem saber o que aconteceu. Dirigentes e militantes da CUT estavam em Brasilia, sim, mas protestando, alertando a população sobre a perversidade desta PEC que vai destruir o futuro das novas gerações.
 
Ninguém foi instruído a quebrar ou queimar quaisquer objetos, mas não há dúvida nenhuma que a dura e covarde repressão só alimenta a violência e quebra-quebra. Se houve vandalismo, a PM e a polícia Legislativa são cúmplices, senão coautoras.  Além disso, havia claramente centenas de infiltrados no protesto de ontem, alguns vestindo camisetas com frases fascistas. Isso precisa ser investigado.
 
Como eu falei ontem, esta terça-feira foi um dia triste para o Brasil.

*Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT)
 

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